
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso divulgou uma nota oficial para esclarecer a origem das incisões e suturas encontradas no corpo de Gabrielli Daniel de Souza, vítima de feminicídio no último domingo (25), em Cuiabá. Segundo o órgão, os cortes são decorrentes dos procedimentos de necropsia e não indicam tortura.
Conforme divulgado pela Capital Notícia, a mãe de Gabrielli, Noemi Daniel, em um áudio divulgado, detalhou que, ao abrir o caixão da filha, se deparou com Gabrielli com a cabeça “toda quebrada”, o cabelo cortado e perfurações pelo corpo. A aparência teria chocado todos os familiares presentes. A mãe também mencionou que o agressor teria quebrado o maxilar e afundado o crânio da filha, indicando uma sessão de tortura.
De acordo com a Politec, as incisões e suturas são técnicas padrão para a abertura do corpo durante o exame de necropsia, aplicadas a todos os casos submetidos à análise. A nota explica que as incisões cirúrgicas no braço, costas e atrás da orelha foram necessárias para a localização de projéteis, identificação da trajetória do tiro e que deixam lesões no corpo após o procedimento. O órgão enfatizou que o exame de necropsia não apontou lesões corporais decorrentes de agressões, exceto as lesões por arma de fogo que causaram a morte da vítima.
Gabrielli foi assassinada pelo policial militar Ricker Maximiano de Moraes. A jovem, descrita pela mãe como “boa, trabalhadora, estudiosa” e que estava prestes a se formar em enfermagem, foi velada e sepultada no estado do Pará nesta quarta-feira (28). A família pede justiça pela morte de Gabrielli.
Entenda o feminicídio
O policial militar Ricker Maximiano foi preso em flagrante, no último domingo (25), suspeito de ass a esposa Gabrieli Daniel Sousa de Moraes, de 31 anos, a tiros no dia anterior, no Bairro Praeirinho, em Cuiabá. Após o crime, o suspeito deixou os filhos do casal na casa dos avós paternos pelo e logo em seguida fugiu do local. O delegado responsável pelo caso, Edson Pick, informou que ele se apresentou à polícia e que permaneceu em silêncio durante depoimento. A motivação do crime não foi informada e o caso é investigado como feminicídio pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Confira a nota completa publicada pela Politec:
“A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) esclarece que as incisões e suturas encontradas no corpo de Gabrielli Daniel de Souza, são resultantes da realização de técnicas de abertura do corpo para a realização do exame de necropsia. Estes procedimentos são aplicados a todos os corpos submetidos ao exame. Gabrielli foi vítima de feminicídio no domingo (25.05), em Cuiabá. As incisões cirúrgicas no braço e nas costas, e atrás da orelha, são necessárias para a localização os projéteis alojados na vítima, identificação da trajetória do tiro, e que deixam lesões no corpo após término. O exame de necropsia não apontou lesões corporais decorrentes de agressões, exceto as lesões por arma de fogo que causaram a morte da vítima.”