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JUDICIÁRIO

Júri de PM acusado de atirar em adolescente é adiado

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O julgamento do policial militar Ricker Maximiano de Moraes, 35 anos, por tentativa de homicídio contra um adolescente, foi suspenso nesta quarta-feira (28) e remarcado para o dia 8 de julho. O réu responde por ter atirado pelas costas em um jovem de 17 anos, em junho de 2018, na Avenida General Melo, em Cuiabá.

A suspensão foi motivada pela troca de advogado. No início da sessão, o então defensor, ligado à Associação de Cabos e Soldados (ACS-MT), alegou conflito de teses e deixou a causa após Ricker se recusar a confessar o crime, mesmo com orientação da própria defesa. Com isso, o juiz determinou nova data para o júri e intimou a Defensoria Pública a assumir o caso, caso o réu não apresente novo advogado até lá.

Segundo o promotor de Justiça Jacques de Barros Lopes, o crime teve motivação fútil e foi cometido de forma covarde. “Ele atirou em um adolescente sem defesa, pelas costas, por um motivo banal. Além disso, durante o processo, tentou impor aos jovens um estereótipo criminoso, simplesmente por serem negros, pobres e estarem na rua à noite”, afirmou o promotor.

De acordo com a denúncia, Ricker discutia com a então namorada – que se tornaria sua esposa e foi assassinada por ele neste mês – quando os adolescentes aram pela rua. O militar teria se incomodado com os risos dos jovens e sacado a arma. Eles correram, mas um deles foi atingido nas nádegas. “Essa vítima era um jogador de futebol e teve a carreira destruída. Hoje, sofre sequelas motoras e urinárias permanentes”, relatou Jacques.

O promotor destacou ainda que a linha de defesa de Ricker foi marcada por racismo e manipulação. “Ele quis acusar os adolescentes de tentativa de assalto, o que não se confirma em nenhuma prova. Temos imagens de câmera de segurança que mostram os meninos correndo, de costas, e depois sendo atingidos. Nenhuma arma, nenhuma ameaça. É uma versão completamente contraditória”, disse.

A promotoria também pediu e obteve a prisão preventiva do réu, alegando risco à ordem pública e à integridade das testemunhas. “O acusado matou a própria esposa, que era uma das testemunhas de defesa no processo. Isso por si só já representa uma ameaça real às demais pessoas que vão depor”, afirmou o promotor. A prisão foi decretada durante a audiência.

Sobre o crime mais recente, que envolve o assassinato da esposa de Ricker, o Ministério Público ainda não recebeu o inquérito policial. A promotoria aguarda a conclusão das investigações. “A Polícia Civil deve aprofundar essa linha: até que ponto a morte dela pode ter ligação com o fato de ser testemunha nesse processo. Isso precisa ser investigado”, pontuou Jacques.


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