Chico 2000 é alvo da PF por suspeita de compra de votos

O vereador afastado de Cuiabá, Chico 2000 (PL), foi alvo de uma nova operação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (5). A ação, chamada Operação Rescaldo, investiga supostos crimes eleitorais cometidos nas eleições de 2024. Agentes da PF cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande, expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).

Segundo a investigação, Chico estaria oferecendo vantagens indevidas a eleitores para garantir apoio político, abordando inclusive apoiadores de outro candidato do mesmo partido. A apuração teve início após a apresentação de uma notícia-crime no plantão da PF. Um dos alvos da operação foi a residência do vereador; o outro, um imóvel no bairro Água Vermelha, em Várzea Grande.

Caso os fatos sejam confirmados, Chico 2000 poderá responder pelos crimes de captação ilícita de votos e difamação eleitoral, com penas que podem chegar a cinco anos de prisão.

Essa é a segunda vez em pouco mais de um mês que Chico 2000 se torna alvo de investigação. Em abril, ele foi afastado do cargo por decisão judicial no âmbito da Operação Perfídia, conduzida pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). A suspeita é de que ele tenha recebido R$ 250 mil em propina da empresa HB 20 Construções Eireli para favorecer a tramitação de um projeto legislativo na Câmara Municipal, ligado às obras da Avenida Contorno Leste.

Na mesma operação, o vereador Sargento Joelson (PSB) também foi investigado. Ambos estão proibidos de exercer o mandato e de ar as dependências da Câmara de Cuiabá ou qualquer instalação da empresa investigada.

Com o afastamento de Chico, o segundo suplente Rafael Yonekubo (PL) assumiu a vaga. Ele ficou com a cadeira após o primeiro suplente, Felipe Corrêa, pedir licença para continuar à frente da Secretaria Municipal de Agricultura Familiar.

Na Câmara, chegou a ser protocolado um pedido de abertura de Comissão Processante contra Chico 2000, feito pelo advogado Julier Sebastião. No entanto, o pedido foi arquivado por falta de documentos oficiais da investigação, tendo como base apenas reportagens da imprensa.

Até o momento, nenhum pedido de cassação foi apresentado contra Sargento Joelson. As investigações seguem em andamento.