
Capital Notícia
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta terça-feira (20), a Operação Ilusion, com o objetivo de desarticular um esquema criminoso envolvendo empresas do setor de eventos e formaturas. O casal Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino da Silva, responsáveis pelas empresas Imagem Serviços de Eventos e Graduar Fotografia, é investigado por crimes contra o patrimônio, contra as relações de consumo e associação criminosa. De acordo com o delegado Rogério Ferreira, titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, as penas somadas podem chegar a 13 anos de prisão, além de multa.
Segundo o delegado, o casal teria criado uma rede de empresas atuando no mesmo ramo em vários estados do país, incluindo Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, entre outros. “Eles possuem outras empresas também relacionadas a eventos de formatura e colação de grau. Além disso, uma das sócias chegou a abrir uma empresa de roupas fitness pela internet”, explicou Ferreira.
Antes de encerrarem as atividades das duas empresas em Cuiabá, na quinta-feira anterior ao fechamento, os investigados retiraram da sede 23 cartões de memória com registros fotográficos das formaturas realizadas dias antes, o que reforça a suspeita de intenção de ocultação de provas.
A investigação aponta que o casal atuava de forma recorrente, aplicando golpes em diversos estados. A Justiça atendeu aos pedidos da Polícia Civil e determinou a suspensão do registro de todas as empresas associadas aos investigados, inclusive aquelas em que eles constam como sócios ocultos.
“Solicitamos à Justiça que eles sejam proibidos de exercer qualquer atividade relacionada a eventos de formatura, colação de grau ou fotografia. Isso inclui qualquer vínculo, seja como empresários, funcionários ou autônomos. O pedido foi deferido. Assim que forem presos, serão formalmente intimados dessa proibição”, destacou o delegado.
A Polícia Civil reforça que todas as empresas ligadas ao casal estão sendo investigadas e que o objetivo é evitar que novas vítimas sejam lesadas. “Essas empresas deixaram de existir para impedir novos golpes”, concluiu Rogério Ferreira.
Entenda o caso
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou a Operação Ilusion nesta terça-feira (20.5) para cumprir 20 ordens judiciais contra empresários responsáveis por uma empresa de eventos de formatura que fechou as portas sem cumprir contratos. A ação, conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon), busca justiça para centenas de vítimas afetadas pelo cancelamento de cerimônias de formatura no final de 2024.
Os empresários Márcio Júnior Alves do Nascimento e Eliza Severino Da Silva, donos da Imagem Serviços de Eventos e Graduar Fotografia, tiveram mandados de prisão preventiva expedidos, mas ainda não foram localizados. A operação também envolve buscas e apreensões, restrições istrativas de veículos, suspensão de empresas e o bloqueio de R$7 milhões em bens e contas bancárias.
As investigações indicam que os empresários planejaram o fechamento da empresa meses antes, continuando a vender contratos e ocultando informações, causando um prejuízo milionário a aproximadamente 1.000 formandos de universidades em Mato Grosso e Rondônia. Eles são investigados por crimes contra o patrimônio e relações de consumo, podendo enfrentar até 13 anos de prisão.