
Câmara de Cuiabá
Em meio à crise institucional provocada pelo afastamento judicial dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), investigados por corrupção na Operação Perfídia, a vereadora Maysa Leão (Republicanos), primeira vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá, se manifestou publicamente cobrando responsabilidade e cautela nas decisões do Legislativo.
“Com certeza eu faço um compromisso público para que a gente faça um trabalho, principalmente em cima da materialidade”, afirmou Maysa em entrevista, ao comentar o andamento das apurações internas na Câmara. A parlamentar criticou a tentativa de abertura de uma Comissão Processante contra o vereador Chico 2000, classificando o pedido como um “objeto de vingança pessoal” por parte do ex-juiz Julier Sebastião. Segundo ela, o material apresentado não comprova de forma clara o envolvimento direto do vereador.
A vice-presidente da Mesa ainda reforçou que a Câmara de Cuiabá possui histórico de atuação contra atos de improbidade. “Essa Casa caça pessoas que fazem quebra de decoro. A gente está esperando, enquanto Mesa Diretora, o inquérito chegar até nós. Ele está finalizando e, assim que isso ocorrer, vamos tomar todas as providências com responsabilidade.”
Maysa também reconheceu que, entre os parlamentares afastados, há indícios mais robustos contra um deles. “A gente sabe que um dos vereadores tem materialidade, mas que o outro não tem. Não dá para apresentar algo só porque saiu na imprensa, porque isso gera vulnerabilidade para todos”, disse.
Ao ser questionada se a Câmara deveria tomar uma posição mais firme em relação ao parlamentar contra quem há mais provas, Maysa foi categórica: “Com certeza. A população pode cobrar e acompanhar. Eu sempre tive esse posicionamento. A gente não condena as pessoas de antemão. A abertura de um processo ético é a oportunidade de defesa desses vereadores, e a gente vai tomar providências.”
Os vereadores são investigados pela Operação Perfídia, da Polícia Civil de Mato Grosso, que apura um esquema de pagamento de propina para viabilizar a liberação de recursos públicos à empresa responsável pelas obras do Contorno Leste, durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Parte dos valores teria sido paga em espécie nos gabinetes dos parlamentares e outra por meio de depósitos bancários.