
Capital Notícia
A repercussão do escândalo envolvendo fraudes em empréstimos consignados levou a Polícia Judiciária Civil (PJC) a instaurar uma investigação criminal, paralelamente à criação de uma Mesa Técnica para discutir o superendividamento do funcionalismo público estadual no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A apuração está a cargo da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), que já identificou indícios claros de práticas enganosas voltadas especialmente a servidores públicos estaduais.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28), o diretor metropolitano da Polícia Civil, Wagner Bassi, explicou que “esse fato dos créditos consignados fraudulentos tem chamado muita atenção”, o que motivou a ação da corporação. Ele afirmou que a Decon já está conduzindo a investigação criminal.
Segundo o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, o caso chegou ao conhecimento da polícia por meio de um boletim de ocorrência registrado no final de 2024. “É importante destacar que o número de boletins de ocorrência que foram apresentados até agora à Polícia Civil é muito pequeno, são poucos boletins de ocorrência”, explica.
Com o aumento da repercussão pública, um novo inquérito foi instaurado para aprofundar os fatos.
A investigação revelou estratégias sofisticadas de engano e abuso da confiança dos servidores. “Preliminarmente, nós já podemos dizer que há indícios de fraude, indícios de fraude na oferta ao consumidor, na oferta aos servidores públicos”, destacou Ferreira. A apuração revelou contratos que, embora formalmente legais, são firmados sob indução ao erro, uso indevido de dados pessoais e transações feitas sem autorização dos servidores.
A Polícia Civil reforça a importância de que mais vítimas registrem boletins de ocorrência para subsidiar o avanço das investigações. “Nós tomamos conhecimento dos fatos por meio de alguns boletins de ocorrência… Diante da grande repercussão que os fatos tomaram nos últimos dias, nós instauramos um novo inquérito policial e amos a investigar esses fatos”, finaliza.