CBF entra no processo e pede à Justiça para nomear interventor na FMF; Dresch enfraquecido

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entrou nesta quarta-feira (28) como terceiro interessado no processo que suspendeu a eleição e nomeou um interventor para comandar a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). O pedido da CBF é indicar o advogado Luciano Dahmer Hocsman como interventor da entidade mato-grossense.

Luciano é atualmente presidente da Federação Gaúcha de Futebol e seria o substituto de Thiago Dayan da Luz Barros, que foi indicado pela juíza Ana Cristina Mendes nesta segunda-feira (26). O pedido da CBF quer evitar sanções à FMF por parte da FIFA.

“(…) a nomeação de verdadeiro interventor alheio ao sistema normativo do futebol realizada por este I. Juízo, justamente em caso de comprometimento da ordem istrativa e diante de justa causa clara, pode provocar graves danos ao desporto mato-grossense, uma vez que, configurando-se intervenção do Poder Judiciário, poderia ter consequências negativas por parte da FIFA”, diz trecho da petição.

O documento cita o artigo 19 do estatuto da FIFA que proíbe a interferência de autoridades externas nas nomeações de diretores de federações nacionais e regionais.

Tanta a CBF como a Justiça entendem que existe um vácuo no poder da FMF, uma vez que o mandato de Aron Dresch se encerrou no dia 26 de maio sem que houvesse eleição. O agora ex-presidente tentou se manter no cargo citando o artigo 97 do estatuto da FMF, mas esse argumento não se sustentou. Aron divulgou uma carta em tom de despedida da presidência da entidade.

Luciano Dahmer Hocsman, presidente da Federação Gaúcha de Futebol – Foto: Reprodução/FGF

Aron desgastado

Aron Dresch se candidatou para o seu terceiro mandato na FMF e teve como rival Dorileo Leal, que montou uma chapa de oposição. Por irregularidades no processo eleitoral a Justiça concedeu liminar ao Camponovense suspendendo a eleição no dia 03 de maio. A chapa entrou com recursos na Justiça, mas foi derrotado quatro vezes. Mantida a eleição suspensa até o dia do fim do seu mandato.

A CBF ou por um processo eleitoral e a FMF, comandado por Aron, foi uma das duas únicas federações que não apoiaram Samir Xaud para a presidência. Isso gerou um desgaste irreversível. Aron compareceu no dia da eleição, dia 25 de maio, mas não conseguiu sequer uma foto com o presidente eleito. Não houve postagem de parabéns nas redes oficiais da Federação para a vitória de Samir.