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Infectologista fala sobre contágio, eficácia das vacinas e sobre festas de fim de ano

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Dr. Abdon Karhawi – médico infectologista

A nova variante da Covid-19, Ômicron, originária da África do Sul, tem preocupado os órgãos de saúde mundial. No Brasil, o Ministério da Saúde já confirmou cinco casos da variante, sendo três em São Paulo e dois no Distrito Federal.

São quatro homens e uma mulher, todos vacinados contra a covid-19. Eles estão isolados e pelo menos um apresenta sintomas leves. A maioria está assintomática.

Detectada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro, essa nova versão do agente infeccioso vem chamando a atenção de especialistas pela quantidade e pela variedade de mutações genéticas.

Na terça-feira (30.11), o médico infectologista, Dr. Abdon Karhawi, participou do Jornal da Capital 1ª edição respondendo perguntas e tirando dúvidas sobre a variante Ômicron. O especialista foi entrevistado por Antero Paes de Barros e Andersen Navarro. Acompanhe os principais questionamentos:

Antero Paes de Barros: Drº tem essa nova Ômicrom, e essa ameaça ao mundo. Novamente vem uma onda de Covid?

Dr. Abdon Karhawi: “Nós temos várias mutações diariamente da Covid e isso é natural, porque a estrutura do vírus tem várias proteínas, tem vários antígenos e essas proteínas tem várias modificações, só que às vezes uma mutação ela pode ter um impacto de contaminação maior, de gravidade, assim por diante, então apesar de ter várias mutações diariamente, nós temos as cinco mais importantes: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicrom que tem impacto coletivo. Qual é esse impacto? Ou ela infecta mais, tem mais capacidade de infecção, ou ela escapa do sistema imune maior, ou ela tem maior gravidade, então são essas variáveis que vão definir a preocupação do mundo em relação a uma nova mutação da Covid-19”.

Andersen Navarro: Essas variáveis já estão definidas?

Dr. Abdon Karhawi: “Nós temos uma só que é a infectividade, a mortalidade e a capacidade de evasão do sistema imune não tá claro ainda, tá muito cedo, nós vamos ter essas notícias nas próximas semanas provavelmente”.

Andersen Navarro: O senhor acha que é prudente realizar as festas de Réveillon e Carnaval?

Dr. Abdon Karhawi: “Essa mutação da Ômicrom ela já está detectada que ela está rodando desde o começo do mês. Eu não acredito que ela fique estabelecida em apenas uma região, então a tendência é que tenha países com a variação dessa mutação, e aí o tamanho do impacto do que aquela mutação vai fazer em uma região vai depender de alguns fatores: Um dos fatores importantes é a vacinação, se nós temos uma comunidade muito vacinada, o que tenha se contaminado muito. No Brasil nós temos um pool de pessoas já com anticorpos que já protege contra a doença. Então essas regiões devem se comportar de maneira diferente, se a mutação não interferir diretamente no sorotipo do vírus, provavelmente isso não vai acontecer, provavelmente não vai ser uma infecção grave, mas isso é um risco, a gente tem que assumir é uma previsão, igual aconteceu com a variante Delta”.

Antero Paes de Barros: Qual a tendência das vacinas aplicadas no Brasil funcionarem para Õmicrom?

Dr. Abdon Karhawi: “Por enquanto é tudo efetivo, porque ainda nós falando de uma variante que interfere diretamente na espicula viral, que é um pedaço do vírus, onde a maioria das nossas vacinas são produzidas. Pega o vírus, pega um pedacinho que é a proteína S, e dessa proteína S se produzem as vacinas. Habitualmente a Õmicrom é uma variante que tem mutações acima dessa proteína, onde realmente nós fizemos toda a criação da vacina. Então quando se tem uma mutação acima da proteína que se criou a vacina existe um risco real de dificuldade a uma resposta imune”.

Andersen Navarro: Não precisamos entrar em pânico?

Dr. Abdon Karhawi: “Não, eu não ouviria dessa maneira. É um fenômeno inédito, então todo mundo vai tentar expor o máximo possível e aí gera um impacto muito grande do ponto de vista de saúde pública. Pânico não, mas preocupação sim”.

Dr. Abdon Karhawi “A máscara foi fundamental na pandemia e tá sendo fundamental, então é importante o uso de máscara. Lugares abertos tem que tomar muito cuidado com essa terminologia, é claro que se você ficar sozinho, cinco metros de distância um do outro, no campo, no parque, obviamente não tem problema. Agora, o contato e ficar perto você tem a necessidade de prevenir, é um vírus, ele a por qualquer orifício mínimo, tem que cuidar, o mínimo é colocar máscara, é o mínimo”.

Antero Paes de Barros: Já tem uma definição cientifica de quanto tempo vale a vacina?

Dr. Abdon Karhawi: É muito difícil medir, é claro que a imunização que essa dose de reforço causou nos pacientes têm muitos estudos, mostrando que essa nova dose de vacina eleva muito o nível de anticorpo, então é bem provável por um tempo maior, depois de seis meses, aí você faz a vacina e a resposta imunogênica faz um pico muito alto de anticorpo, é difícil responder, eu espero que isso dure muito tempo.

Andersen Navarro: O que o senhor tem a falar sobre os testes da Covid-19?

Dr. Abdon Karhawi: “É necessidade, o diagnóstico da Covid-19 é uma prioridade, é uma pandemia muito grave, muito extensa e nós estamos vivendo ela ainda, né? Infelizmente ainda não acabou, tem muita morte no país, no mundo em relação a Covid, tão tendo novas ondas com novas cepas com mutações e o teste pro diagnóstico é fundamental, primeiro pela própria pessoa, e  segundo pela coletividade. Não é uma doença que a pessoa tem pra ela, mas doença contagiosa como essa mata pessoas envolta dela, então é importante que você entenda”.

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